quinta-feira, 15 de maio de 2014

Joãozinho: Cidadão Mogiano!



Joãozinho: Cidadão Mogiano!

Joãozinho – Oi mãe foram as aulas mais gostosas que tive em toda a minha vida! A semana inteira
Mãe – Que aulas foram essas?
Joãozinho- Como é semana de aniversário de Mogi a professora levou a gente para andar nas ruas da cidade.
Mãe – Andar nas ruas?
Joãozinho – É a prefeitura colocou em cada rua uma placa com a história do nome.
Mãe - História do nome?
Joãozinho- É, tipo assim, porque a rua tem aquele nome... Acho que nunca mais vou esquecer o nome das ruas de minha cidade.
Mãe- Não vai esquecer por quê?
Joãozinho- São pessoas muito bacanas...
Mãe- Você se lembra de todas?
Joãozinho- Foram só algumas... Lembro um pouco... Mas eu vou voltar lá e ler tudinho o que está escrito nas placas.
Mãe- Então vai dizendo... Vamos ver se realmente foram legais, de verdade.
Joãozinho- A professora pegou o carro dela nós fomos em cinco colegas. Ela ia parando e a gente lendo. Depois vai ter uma prova sobre isso.
Mãe- Fica aqui na sala que eu vou cozinhando logo ali e você vai falando.
Joãozinho- Nós desembarcamos no calçadão Rua Dr. Deodato Wertheimer .
Foi um grande médico. Na Gripe que matou muita gente ele foi o chefe das curas aqui em Mogi. Fundou um hospital que na época foi chamado de “Hospital dos Gripados”. Quando teve uma ditadura, acho que de Getúlio Vargas, sua casa foi queimada e ele ficou muito triste. Ficou sendo conhecido como o “Médico dos Pobres”. Logo depois, passamos por uma revistaria e entramos numa rua cheia de bancos, Voluntário Fernando Pinheiro Franco. Esse foi um herói. Teve uma revolução em 1932 e os mogianos formaram um grupo para lutar contra a falta de uma constituição legal, chamava-se Batalhão de Caçadores de Mogi das Cruzes. Ele animava os amigos com um grito assim: Avante Companheiros! Foi um dos primeiros voluntários a ser atingido Morreu um mês depois do seu alistamento. No meio da rua entramos numa espécie de vila com casas e comércio chamava-se...
Helio Borenstein : Nasceu na Ucrânia. Quando cursava o 2º ano de engenharia lá, ficou prejudicado por uma tal de revolução bolchevista. Abandonou os estudos, e veio para o Brasil. Nos primeiros anos, trabalhando de porta em porta, na venda de roupas e outros artigos, aprendeu o nosso idioma, conheceu o nosso povo e aprendeu muito. Construiu um dos maiores impérios financeiros de Mogi das Cruzes, dando muitos empregos ao povo daqui. Seus filhos, hoje, continuaram e ampliaram suas empresas.
Logo depois viramos a direita, por uma rua que agora não me lembro do nome e deparamos com uma placa:
 Coronel Souza Franco”... Era fanático pela Republica, que foi iniciada em 1889. Foi eleito durante 20 anos como vereador, presidente da câmara e prefeito. Foi o primeiro a fazer as ligações da água e esgoto em Mogi. Pagava bastante imposto e ajudou muito a igreja da cidade. Andamos bastante e nos deparamos com a Rua...
 Antonio Candido Vieira: Era um juiz de direito que nasceu em Taubaté, mas viveu aqui durante 18 anos até o fim de sua vida. Ficou sendo conhecido como um dos melhores... A professora falou “oradores” da cidade. Daí ela me explicou: “Oradores” são pessoas que falam bem!
Mãe- Acho que você vai ser um grande “orador”.
Joãozinho – Sei lá. Depois subimos uma Rua chamada de Otto Unger, que no tiro ao alvo, era um campeão, um verdadeiro atirador diziam de elite. Foi defender o Brasil na segunda guerra mundial, lá na Itália. Ficou apenas quatro meses no campo de batalha. Morreu com pouco mais de vinte anos. Passamos pelo Teatro Municipal. Quase em frente dele descemos uma com o nome de Flaviano de Mello. Grande médico de ervas... Como é o nome mesmo?
Mãe- Homeopata.
Joãozinho – Isso mesmo. Ele atendia a todos os doentes, pobres ou ricos, com a mesma dedicação. Não só atendia como fabricava e fornecia os remédios. Viramos a direita numa rua pequena chamada de
Padre João... Esse era um padre muito caridoso. Fez duas coisas importantes para Mogi. Criou uma sociedade para curar os, acho que, morféticos que esmolavam na entrada do Mercado. Fundou um Colégio para meninas pobres, dirigido pelas freiras. Ele deixou toda a sua herança, desde que o Colégio fosse transformado em internato. Nasceu ai o Instituto Dona Placidina. Aquela escola pela qual a gente passa sempre... Na passagem para o ano de 1900, á meia noite no alto da Serra do Itapety, ele organizou uma grande festa. Ergueram ali uma cruz de madeira de três metros de altura hoje chamada “Cruz do Século”. Andamos um pouquinho só nesta rua e vimos a placa... Barão de Jaceguai. Ele era de uma tal de Academia Brasileira de Letras. Publicou vários livros importantes. Parece que foi ele quem trouxe para cá as primeiras mudas de caqui e de uvas. Mais uns passinhos e outra placa...
Ricardo Vilela. Foi ele que trouxe a luz elétrica para Mogi em de 1909. Foi um dos primeiros brasileiros a ter um avião, os mogianos ficavam bobos quando viam voando sobre a cidade. Aí andamos um bastantão. Reparei que a professora já estava ficando cansada. A professora disse, de repente, estudei numa escola que fica nesta rua. Lemos... Dom Antonio Cândido Alvarenga. Esse era também muito caridoso. Quase sempre quando visitava um doente, deixava para ele embaixo do travesseiro um pouquinho de dinheiro que ele tinha ganhado. Foi um dos principais fundadores da Santa Casa de Misericórdia.
A professora disse-Vamos até a minha escola?
Fomos. Ela ficou um pouco emocionada quando passamos na frente do Instituto de Educação Dr. Washington Luis. Na esquina uma nova placa.
Cel. Cardoso de Siqueira: Por ser uma pessoa muito respeitada na região, costumavam dizer que “um fio de barba valia por uma palavra de honra, por um documento”. Foi Mordomo da Santa Cata de Misericórdia e ajudava os pobres sempre que podia.
Daí a professora disse - Estou cansada vamos descansar numa praça.
E eu falei. Conheço uma perto de um Clube que tem um trator preto enorme no meio.
Em coro todos os meus colegas gritaram: Nós conhecemos... É a Praça dos Infartados!
Sentamos em um banco. Ninguém queria mais olhar placas. Todos guardaram suas anotações. Alguma coisa, entretanto me fez levantar e ler uma placa, na esquina...
Professor João Cardoso Pereira. Guardei bem porque é meu xará.  Tinha o apelido de “Joanico”. Foi prefeito, era sobrinho do Cel Cardoso de Siqueira e avô de um homem que, hoje, escreve crônicas numa revista. Criou a escola que hoje se chama Instituto de Educação Dr. Washington Luis que, dizem, foi muito importante no passado. Criou também o primeiro Posto de Saúde. Foi ele quem decretou feriado municipal no dia 1º de setembro em homenagem á fundação da cidade. Construiu o obelisco e reformou da Praça Cel. Almeida para a festa de aniversário. E, sabe mãe, usou o dinheiro do seu ordenado de Prefeito para realizar essas obras que estão até hoje lá.
De lá fomos à prefeitura. A professora agradeceu ao Prefeito por ter colocado as placas. Ele perguntava e a gente respondia. Ele ficou emocionado e abraçou cada um de nós. Antes de sairmos ele disse vou colocar mais placas com as histórias para que os jovens conheçam a história da cidade.
Mãe- Joãozinho estou orgulhosa por ser sua mãe... Espera aí. O que é que é isto que você esta escondendo?
Joãozinho- É meu “tablet” . Estou acessando o site COMPHAT MOGI DAS CRUZES. A professora disse que lá tem toda a matéria sobre as ruas.
Mãe – Então eu estou duas vezes orgulhosa. Desde que eu dei este “tablet” você somente tinha acessado jogos. Vem aqui e me dá um beijo. Você esta crescendo, meu amor.
Joãozinho- É mãe eu, agora, estou entendendo porque eu gosto tanto da minha cidade.
(Mãe e filho se abraçam).
                                                           Armando Sérgio da Silva
                                                            Fim do Inverno de 2013





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