Joãozinho: Cidadão Mogiano!
Joãozinho – Oi mãe foram as
aulas mais gostosas que tive em toda a minha vida! A semana inteira
Mãe – Que aulas foram essas?
Joãozinho- Como é semana de
aniversário de Mogi a professora levou a gente para andar nas ruas da cidade.
Mãe – Andar nas ruas?
Joãozinho – É a prefeitura
colocou em cada rua uma placa com a história do nome.
Mãe - História do nome?
Joãozinho- É, tipo assim,
porque a rua tem aquele nome... Acho que nunca mais vou esquecer o nome das
ruas de minha cidade.
Mãe- Não vai esquecer por
quê?
Joãozinho- São pessoas muito
bacanas...
Mãe- Você se lembra de
todas?
Joãozinho- Foram só
algumas... Lembro um pouco... Mas eu vou voltar lá e ler tudinho o que está
escrito nas placas.
Mãe- Então vai dizendo...
Vamos ver se realmente foram legais, de verdade.
Joãozinho- A professora
pegou o carro dela nós fomos em cinco colegas. Ela ia parando e a gente lendo.
Depois vai ter uma prova sobre isso.
Mãe- Fica aqui na sala que
eu vou cozinhando logo ali e você vai falando.
Joãozinho- Nós desembarcamos
no calçadão Rua Dr. Deodato Wertheimer .
Foi
um grande médico. Na Gripe que matou muita gente ele foi o chefe das curas aqui
em Mogi. Fundou um hospital que na época foi chamado de “Hospital dos
Gripados”. Quando teve uma ditadura, acho que de Getúlio Vargas, sua casa foi
queimada e ele ficou muito triste. Ficou sendo conhecido como o “Médico dos
Pobres”. Logo depois, passamos por uma revistaria e entramos numa rua cheia de
bancos, Voluntário
Fernando Pinheiro Franco. Esse foi um herói. Teve uma revolução em 1932 e os
mogianos formaram um grupo para lutar contra a falta de uma constituição legal,
chamava-se Batalhão de Caçadores de Mogi das Cruzes. Ele animava os amigos com
um grito assim: Avante Companheiros! Foi um dos primeiros voluntários a ser
atingido Morreu um mês depois do seu alistamento. No meio da rua entramos numa
espécie de vila com casas e comércio chamava-se...
Helio
Borenstein : Nasceu na Ucrânia. Quando cursava o 2º ano de engenharia lá, ficou
prejudicado por uma tal de revolução bolchevista. Abandonou os estudos, e veio para
o Brasil. Nos primeiros anos, trabalhando de porta em porta, na venda de roupas
e outros artigos, aprendeu o nosso idioma, conheceu o nosso povo e aprendeu
muito. Construiu um dos maiores impérios financeiros de Mogi das Cruzes, dando
muitos empregos ao povo daqui. Seus filhos, hoje, continuaram e ampliaram suas empresas.
Logo
depois viramos a direita, por uma rua que agora não me lembro do nome e
deparamos com uma placa:
“Coronel Souza Franco”... Era
fanático pela Republica, que foi iniciada em 1889. Foi eleito durante 20 anos
como vereador, presidente da câmara e prefeito. Foi o primeiro a fazer as
ligações da água e esgoto em Mogi. Pagava bastante imposto e ajudou muito a
igreja da cidade. Andamos bastante e nos deparamos com a
Rua...
Antonio Candido Vieira: Era um
juiz de direito que nasceu em Taubaté, mas viveu aqui durante 18 anos até o fim
de sua vida. Ficou sendo conhecido como um dos melhores... A professora falou
“oradores” da cidade. Daí ela me explicou: “Oradores” são pessoas que falam
bem!
Mãe- Acho que você vai ser um grande “orador”.
Joãozinho
– Sei lá. Depois subimos uma Rua chamada de Otto Unger, que no tiro ao alvo,
era um campeão, um verdadeiro atirador diziam de elite. Foi defender o Brasil
na segunda guerra mundial, lá na Itália. Ficou apenas quatro meses no campo de
batalha. Morreu com pouco mais de vinte anos. Passamos pelo Teatro Municipal.
Quase em frente dele descemos uma com o nome de Flaviano de Mello. Grande
médico de ervas... Como é o nome mesmo?
Mãe- Homeopata.
Joãozinho – Isso mesmo. Ele atendia a todos os
doentes, pobres ou ricos, com a mesma dedicação. Não só atendia como fabricava
e fornecia os remédios. Viramos a direita numa rua pequena chamada de
Padre João... Esse era um padre muito caridoso. Fez
duas coisas importantes para Mogi. Criou uma sociedade para curar os, acho que,
morféticos que esmolavam na entrada do Mercado. Fundou um Colégio para meninas
pobres, dirigido pelas freiras. Ele deixou toda a sua herança, desde que o
Colégio fosse transformado em internato. Nasceu ai o Instituto Dona Placidina.
Aquela escola pela qual a gente passa sempre... Na passagem para o ano de 1900,
á meia noite no alto da Serra do Itapety, ele organizou uma grande festa.
Ergueram ali uma cruz de madeira de três metros de altura hoje chamada “Cruz do
Século”. Andamos um pouquinho só nesta rua e vimos a placa... Barão de Jaceguai.
Ele era de uma tal de Academia Brasileira de Letras. Publicou vários
livros importantes. Parece que foi ele quem trouxe para cá as primeiras mudas
de caqui e de uvas. Mais uns passinhos e outra placa...
Ricardo
Vilela. Foi ele que trouxe a luz elétrica para Mogi em de 1909. Foi um dos
primeiros brasileiros a ter um avião, os mogianos ficavam bobos quando viam voando
sobre a cidade. Aí andamos um bastantão. Reparei que a professora já estava
ficando cansada. A professora disse, de repente, estudei numa escola que fica
nesta rua. Lemos... Dom Antonio Cândido Alvarenga. Esse era também muito
caridoso. Quase sempre quando visitava um doente, deixava para ele embaixo do
travesseiro um pouquinho de dinheiro que ele tinha ganhado. Foi um dos
principais fundadores da Santa Casa de Misericórdia.
A
professora disse-Vamos até a minha escola?
Fomos.
Ela ficou um pouco emocionada quando passamos na frente do Instituto de
Educação Dr. Washington Luis. Na esquina uma nova placa.
Cel.
Cardoso de Siqueira: Por ser uma pessoa muito respeitada na região, costumavam
dizer que “um fio de barba valia por uma palavra de honra, por um documento”.
Foi Mordomo da Santa Cata de Misericórdia e ajudava os pobres sempre que podia.
Daí a
professora disse - Estou cansada vamos descansar numa praça.
E eu
falei. Conheço uma perto de um Clube que tem um trator preto enorme no meio.
Em coro todos os meus colegas gritaram: Nós conhecemos... É a Praça dos Infartados!
Em coro todos os meus colegas gritaram: Nós conhecemos... É a Praça dos Infartados!
Sentamos
em um banco. Ninguém queria mais olhar placas. Todos guardaram suas anotações.
Alguma coisa, entretanto me fez levantar e ler uma placa, na esquina...
Professor
João Cardoso Pereira. Guardei bem porque é meu xará. Tinha o apelido de “Joanico”. Foi prefeito,
era sobrinho do Cel Cardoso de Siqueira e avô de um homem que, hoje, escreve
crônicas numa revista. Criou a escola que hoje se chama Instituto de Educação
Dr. Washington Luis que, dizem, foi muito importante no passado. Criou também o
primeiro Posto de Saúde. Foi ele quem decretou feriado municipal no dia 1º de
setembro em homenagem á fundação da cidade. Construiu o obelisco e reformou da
Praça Cel. Almeida para a festa de aniversário. E, sabe mãe, usou o dinheiro do
seu ordenado de Prefeito para realizar essas obras que estão até hoje lá.
De lá
fomos à prefeitura. A professora agradeceu ao Prefeito por ter colocado as
placas. Ele perguntava e a gente respondia. Ele ficou emocionado e abraçou cada
um de nós. Antes de sairmos ele disse vou colocar mais placas com as histórias
para que os jovens conheçam a história da cidade.
Mãe-
Joãozinho estou orgulhosa por ser sua mãe... Espera aí. O que é que é isto que
você esta escondendo?
Joãozinho-
É meu “tablet” . Estou acessando o site COMPHAT MOGI DAS CRUZES. A professora
disse que lá tem toda a matéria sobre as ruas.
Mãe –
Então eu estou duas vezes orgulhosa. Desde que eu dei este “tablet” você somente
tinha acessado jogos. Vem aqui e me dá um beijo. Você esta crescendo, meu amor.
Joãozinho-
É mãe eu, agora, estou entendendo porque eu gosto tanto da minha cidade.
(Mãe e
filho se abraçam).
Armando
Sérgio da Silva
Fim do Inverno de 2013
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