quinta-feira, 15 de maio de 2014

LUZ VERMELHA



LUZ VERMELHA
Estamos sentados ao redor de uma mesa em um charmoso bar. Um empresário, um advogado, um executivo presidente de uma multinacional, um psicólogo, uma professora aposentada, um taxista e algumas pessoas,  que eu não conheço muito bem,  foram ali se juntando. Todas as classes sociais e culturais estavam ali representadas. Era uma reunião de pessoas que frequentavam as mesmas ruas no passado
Alguém abre uma revista chamada Cidade Viva e fala – Vocês leram a crônica sobre o José Pacífico?
Uns tinham lido outros, não. Viram como ele estava desesperado por causa de tanta violência?
O advogado – Eu concordo é muita violência. Mas é a impunidade. O Judiciário não funciona é lento. E os juízes estão presos a uma lei muito suave. Precisa em primeiro lugar que as penas sejam mais severas, por exemplo, a pena de morte. A maioridade penal deveria ser aos quinze anos. Tem que botar essa criançada na cadeia.
O taxista: O senhor me desculpe doutor, mas eu acho que além de tudo isso deveria voltar a existir o “Esquadrão da Morte”. Naquele tempo sim, os bandidos tinham medo. Eles saiam queimando tudo quanto era criminoso. Que tempo bom!
Um jovem – Tem razão. Hoje eu não acredito mais na polícia. Conheço uma “pá” de gente que não faz mais B.O. Porque a policia nada resolve mesmo e ainda é capaz de prender a gente que é honesto... Eu, da minha parte, estou pensando em comprar uma escopeta e andar com ela pelas ruas. Quero ver quem vai se engraçar comigo.
Um corretor – Eu concordo em parte. Mas eu acho que só matar não adianta muito. Tem que se dar o exemplo. Eu faria o seguinte: Pegaria o criminoso passava mel no corpo dele e colocava-o, nu, dentro de um formigueiro. No dia seguinte punha mais mel e assim todos os dias... Quero ver se aparecia mais bandido!
Professor – Legal foi num país, não me lembro de qual, mas foi do Oriente Médio, que quando o rei assumiu o poder mandou matar todos os presidiários.
Psicólogo – E de que adianta? Tem mais bandido na rua do que dentro das cadeias. Olha eu li sobre uma experiência científica. Colocaram muitos ratos dentro de uma caixa. Como o espaço era pequeno os ratos começaram a se matar. Sempre depois de uma guerra as coisas se acalmam... Acho que uma terceira guerra mundial resolveria muita coisa.
Professora aposentada – Na minha humilde opinião a culpa é toda da corrupção, desses políticos. Eu participei de uma passeata, em 1964, chamada “Pela família com Deus pela liberdade”. Acho que devíamos promover outra.
Empresário – E quais seriam os objetivos?
Professora aposentada – Depor a “presidenta”, fechar o Congresso Nacional, intervenção nos estados e municípios, fechar as assembleias e câmaras municipais. O judiciário continuaria a existir, mas teria que julgar através das leis de exceção. Enfim a solução seria uma Ditadura Militar!
Eu comecei a me sentir envergonhado. Olhei para meu copo cerveja. E perguntei – Alguém aqui jamais ofereceu propina para escapar de uma multa de trânsito, ou jamais comprou alguma coisa pirateada?
Silêncio total... Todos pararam de falar, pegaram seus copos e começaram a beber.
Enquanto bebia minha cerveja olhei para aquelas pessoas, que eram uma síntese da sociedade brasileira, e pensei comigo mesmo... O que será que está acontecendo... Ninguém acredita em mais nada nesse país, em nenhuma instituição... Está na hora de acender a luz vermelha de... PERIGO...PERIGO!!!
                                                           ARMANDO SERGIO DA SILVA
                                                                       OUTONO DE 2014




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