LUZ VERMELHA
Estamos
sentados ao redor de uma mesa em um charmoso bar. Um empresário, um advogado,
um executivo presidente de uma multinacional, um psicólogo, uma professora
aposentada, um taxista e algumas pessoas, que eu não conheço muito bem, foram ali se juntando. Todas as classes
sociais e culturais estavam ali representadas. Era uma reunião de pessoas que
frequentavam as mesmas ruas no passado
Alguém abre
uma revista chamada Cidade Viva e fala – Vocês leram a crônica sobre o José
Pacífico?
Uns tinham
lido outros, não. Viram como ele estava desesperado por causa de tanta
violência?
O advogado –
Eu concordo é muita violência. Mas é a impunidade. O Judiciário não funciona é
lento. E os juízes estão presos a uma lei muito suave. Precisa em primeiro
lugar que as penas sejam mais severas, por exemplo, a pena de morte. A
maioridade penal deveria ser aos quinze anos. Tem que botar essa criançada na
cadeia.
O taxista: O
senhor me desculpe doutor, mas eu acho que além de tudo isso deveria voltar a
existir o “Esquadrão da Morte”. Naquele tempo sim, os bandidos tinham medo.
Eles saiam queimando tudo quanto era criminoso. Que tempo bom!
Um jovem –
Tem razão. Hoje eu não acredito mais na polícia. Conheço uma “pá” de gente que
não faz mais B.O. Porque a policia nada resolve mesmo e ainda é capaz de
prender a gente que é honesto... Eu, da minha parte, estou pensando em comprar
uma escopeta e andar com ela pelas ruas. Quero ver quem vai se engraçar comigo.
Um corretor
– Eu concordo em parte. Mas eu acho que só matar não adianta muito. Tem que se
dar o exemplo. Eu faria o seguinte: Pegaria o criminoso passava mel no corpo
dele e colocava-o, nu, dentro de um formigueiro. No dia seguinte punha mais mel
e assim todos os dias... Quero ver se aparecia mais bandido!
Professor –
Legal foi num país, não me lembro de qual, mas foi do Oriente Médio, que quando
o rei assumiu o poder mandou matar todos os presidiários.
Psicólogo – E de que adianta? Tem mais bandido na rua do que dentro das cadeias. Olha eu li sobre uma experiência científica. Colocaram muitos ratos dentro de uma caixa. Como o espaço era pequeno os ratos começaram a se matar. Sempre depois de uma guerra as coisas se acalmam... Acho que uma terceira guerra mundial resolveria muita coisa.
Psicólogo – E de que adianta? Tem mais bandido na rua do que dentro das cadeias. Olha eu li sobre uma experiência científica. Colocaram muitos ratos dentro de uma caixa. Como o espaço era pequeno os ratos começaram a se matar. Sempre depois de uma guerra as coisas se acalmam... Acho que uma terceira guerra mundial resolveria muita coisa.
Professora
aposentada – Na minha humilde opinião a culpa é toda da corrupção, desses
políticos. Eu participei de uma passeata, em 1964, chamada “Pela família com
Deus pela liberdade”. Acho que devíamos promover outra.
Empresário –
E quais seriam os objetivos?
Professora
aposentada – Depor a “presidenta”, fechar o Congresso Nacional, intervenção nos
estados e municípios, fechar as assembleias e câmaras municipais. O judiciário
continuaria a existir, mas teria que julgar através das leis de exceção. Enfim
a solução seria uma Ditadura Militar!
Eu comecei a
me sentir envergonhado. Olhei para meu copo cerveja. E perguntei – Alguém aqui
jamais ofereceu propina para escapar de uma multa de trânsito, ou jamais
comprou alguma coisa pirateada?
Silêncio
total... Todos pararam de falar, pegaram seus copos e começaram a beber.
Enquanto
bebia minha cerveja olhei para aquelas pessoas, que eram uma síntese da
sociedade brasileira, e pensei comigo mesmo... O que será que está
acontecendo... Ninguém acredita em mais nada nesse país, em nenhuma instituição...
Está na hora de acender a luz vermelha de... PERIGO...PERIGO!!!
ARMANDO
SERGIO DA SILVA
OUTONO
DE 2014
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